Diversificar é o verbo mais importante dentro de uma carteira de investimentos. Ok, investir provavelmente é o verbo mais importante, mas diversificar vem logo em seguida, por ser a ação capaz de minimizar o peso das nossas escolhas incorretas e, consequentemente, aumentar o retorno dos nossos investimentos como um todo.
Por que diversificar?
A diversificação é essencial para diminuir o risco da sua carteira. Assim, se você investe todo o seu dinheiro em uma ou duas ações, você está concentrado demais: se uma das duas despencar, metade do seu patrimônio vai pro buraco; se as duas resolverem despencar juntas, nem se fala. Se você possui dez ou vinte ações, por outro lado, você tem menos concentração e um risco bem menor: a queda de uma ou duas possui um impacto muito menor na sua carteira, já que o restante está lá para segurar a barra.
Sugestão de leitura: A importância da diversificação
Se você possui poupança, Tesouro Direto, Ações e FIIs, com várias ações e vários FIIs, você está diversificado em tipos de investimento (renda fixa e renda variável), em classes de ativos diferentes (poupança e ações, por exemplo) e dentro de cada classe de ativos (várias ações, vários FIIs).
O ideal é justamente isso: ter várias classes de ativos diferentes, e vários ativos dentro de cada classe. Nenhum ativo sozinho deve ter a capacidade de tirar o seu sono à noite. Nenhum ativo isoladamente deve representar um percentual alto da sua carteira de investimentos.
Uma história
Vamos conversar um pouco sobre o João.
João é um investidor que possui reserva de emergência, tesouro direto, ações e FIIs. Investiu todos os meses pelo menos 10% do seu salário e formou um belo patrimônio. Para a reserva de emergência ele escolheu a poupança. No tesouro direto, por sua vez, ele aplicou em Tesouro Selic e em IPCA +, este último sempre visando o longo prazo. Dentro das ações e dos FIIs, ele focou em escolher bons ativos, investindo também para longo prazo.
Entretanto, o ano é 2050 e o real brasileiro perdeu totalmente seu valor.
Sucessivos governos e sucessivos problemas arruinaram o país. Assim, a moeda pouco vale e o país está mergulhado em uma crise. As instituições ruíram e os investimentos de João não possuem mais o valor que deveriam possuir. João fez tudo certo, mas ainda assim deu tudo errado. O que faltou para João?
Faltou diversificar mais.
“Como assim?! Faltou diversificar?!”
Na verdade ele não estava diversificado o suficiente. Você consegue enxergar onde está a falha da estratégia do João? Analise a situação: o real perdeu todo o seu valor. Logo, a exposição aos ativos da carteira estava pulverizada, mas toda a carteira estava exposta somente ao real. Se todos os seus investimentos estão em reais brasileiros, você não está diversificado o suficiente. Assim, de novo, o que faltou a João?
Faltou, entre outras coisas, uma reserva de valor: ouro, dólar em espécie e bitcoin seriam recursos para socorrê-lo em primeiro momento. Recursos estes independentes da perda do valor de real, pois mantêm valor que não depende da nossa moeda.
Sugestão de leitura: O que é reserva de valor?
E, principalmente, faltou investir no exterior.
Investir no exterior hoje é muito mais simples do que vinte anos atrás. É simples, barato, acessível e, principalmente, necessário. É muito perigoso investir somente no Brasil, um país politicamente instável. Assim, o ideal é diversificar entre vários investimentos aqui no Brasil e incluir investimentos no exterior em uma carteira de investimentos.
Raciocine comigo: as maiores empresas do mundo estão na Bolsa Americana. Enquanto no Brasil temos pouco mais de 500 empresas listadas na B3, no mercado americano, mais maduro, temos um número incrível de mais de 5 mil empresas. Se você investe em ações aqui no Brasil, por que não investir em ações de lá também?
Dolarize parte do seu patrimônio
É interessante que parte do seu patrimônio esteja exposto a outras moedas, especialmente moedas mais fortes que o real, o que é o caso do dólar. Investindo fora, você se beneficia de diversificar geograficamente e de se expor a outra moeda. Além de acessar um mercado muito maduro, você também diversifica o câmbio: se o dólar estiver se valorizando frente ao real, os seus investimentos em dólar também se valorizarão. Lembre-se que este é justamente o efeito positivo da diversificação: quando o dólar subir, a parte dolarizada dos seus investimentos vai se beneficiar disso; quando ele cair, os seus investimentos em real estarão firmes e fortes na sua carteira.
Assim, investir no exterior é essencial para ter uma carteira diversificada de investimentos. Desse modo, você não fica sujeito à instabilidade de um único país, pois passa a se expor a um mercado fora daqui. Como o mercado americano é o maior do mundo, vale muito a pena cogitar investir lá.
Você já investe no exterior? Comenta aqui embaixo.