O que é CRI e CRA

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CRI e CRA: já ouviu falar destes investimentos de renda fixa? Neste artigo, vamos conversar um pouquinho sobre estes dois caras aqui.

CRI e CRA

O CRI e o CRA são os irmãos (ou talvez primos) da LCI e da LCA, dos quais eu já falei aqui em um outro artigo. Se você ainda não leu, clica aqui embaixo pra dar uma olhada.

Sugestão de leitura: O que é LCI e LCA?

As siglas CRI e CRA significam, respectivamente, Certificados de Recebíveis Imobiliários ou do Agronegócio. Assim, tais investimentos estão ligados a estes recebíveis.

“Ok, e o que são recebíveis?”

Recebíveis, como o nome sugere, são valores a receber. Funciona assim: uma construtora faz um prédio de apartamentos para vender. Ao vendê-los, muitas vezes de forma financiada, a construtora fica com recebíveis, valores que serão recebidos ao longo do tempo. Aí aparece uma companhia na jogada, chamada companhia securitizadora, a qual compra estes recebíveis da construtora.

“Mas por que ela compra os recebíveis?”

Porque ela compra eles com um desconto.

Assim, suponhamos que a construtora tem 2 milhões de reais a receber ao longo de vários anos. A securitizadora compra estes recebíveis e paga 1,6 milhão à vista para a construtora e assim todos ficam felizes: a construtora fica com caixa e a securitizadora fica com o direito de receber uma boa grana no longo prazo.

São estes recebíveis que a securitizadora empacota na forma de um CRI.

Utilizei este exemplo pra ilustrar a lógica básica dos recebíveis, mas aqui poderíamos estar falando de aluguéis de imóveis, por exemplo. Eu tenho aluguéis para receber e, em vez de recebê-los ao longo dos meses, eu vendo estes recebíveis para a securitizadora, que empacota eles e oferece aos investidores na forma de CRI ou CRA, dependendo se são recebíveis imobiliários ou do agronegócio.

Como investir?

CRI e CRA são investimentos de renda fixa: você acorda um determinada taxa e um prazo durante o qual o seu dinheiro fica investido. Para investir neles, é necessário ter conta em uma corretora de valores que ofereça este tipo de investimento.

Muito importante saber que CRI e CRA não contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Sugestão de leitura: O que é FGC?

Imposto de Renda

Quanto ao imposto de renda, temos uma regra básica em renda fixa: investimentos ligados a imóveis ou agronegócio são isentos de imposto. Assim, de modo semelhante ao que acontece com a LCI e a LCA, no CRI e no CRA não há incidência de imposto de renda para pessoa física.

Assim, ao investir nestes ativos você não tem cobrança de imposto.

CRI e CRA valem a pena?

Perceba que há algum risco envolvido no investimento, uma vez que não proteção do Fundo Garantidor de Crédito. Assim, você precisa analisar se este tipo de investimento faz sentido para você e para os objetivos da sua carteira.

Um fato curioso é que, se você investe em FIIs, especialmente em FIIs de papel, você investe indiretamente em CRIs também. Isso porque a maioria dos FIIs possuem em sua carteira papéis ligados ao mercado imobiliário, especialmente CRIs.

Diante dessa exposição indireta, prefiro não investir diretamente em CRIs ou CRAs. Entretanto, isso vale para os meus objetivos de investimento, os quais podem ser diferentes dos seus.

Em regra, prefiro utilizar a renda fixa para investimentos bem conservadores e tomar risco somente onde o retorno é ilimitado: na renda variável. Tomar mais risco em troca de um retorno limitado (e o retorno da renda fixa sempre é limitado) não vale a pena, dentro da minha estratégia de investimentos.

Entretanto, o CRI e o CRA podem fazer sentido para você. E, mesmo que não façam, agora você sabe dizer do que se tratam estes instrumentos de investimento.

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