As melhores soluções não costumam estar nos extremos, mas sim no meio termo. Vamos conversar um pouco sobre o equilíbrio necessário entre poupar e gastar.
Poupar
Investir é essencial. A previdência social é um mecanismo com uma série de problemas e no qual não é prudente confiar. Delegar ao governo a tranquilidade de um salário na velhice é irresponsável e ingênuo. A aposentadoria vai vir? Haverá recursos para sustentar os pagamentos? As regras vão mudar? A legislação vai mudar?
Impossível saber.
Assim, o mais prudente é poupar uma quantia mensal e investir essa poupança de modo a acumular patrimônio, criar reservas e construir uma aposentadoria que não dependa da previdência social.
Sugestão de leitura: Renda Passiva.
Muitos ativos geram renda passiva, como ações e FIIs, por exemplo, o que pode proporcionar um bom salário no longo prazo. Construir patrimônio é um caminho interessantíssimo para ter tranquilidade financeira.
Gastar
Gastos excessivos, acima da renda, geram dívidas, as quais comprometem nossa capacidade de poupar e investir. As dívidas e os juros geram uma diminuição absurda de patrimônio no longo prazo.
Assim, é necessário evitar dívidas. Antecipar o consumo daquilo que ainda não temos condição de possuir acaba gerando os seguintes efeitos:
- o nosso consumo se torna mais caro, pois pagamos mais para adquirir um bem que sairia mais barato à vista;
- os juros de dívida são dinheiro indo embora por nada, pois pagamos valores a mais (juros) sem receber nada em troca;
- o dinheiro que gastamos em dívida poderia estar sendo aplicado e rendendo juros ao nosso favor, ou seja, nosso patrimônio sofre por todos os lados quando temos dívidas: naquilo que pagamos e naquilo que deixamos de ganhar.
Sugestão de leitura: Dívidas.
Quanto aos gastos mensais comuns, temos que ter um padrão coerente com nossos ganhos. A regra é simples: não gaste mais do que ganha. Adicionalmente, faça sobrar ao menos 10% dos rendimentos para investir. Se você ganhar muito pouco, por outro lado, melhor investir em capacitação para ganhar mais e poder poupar mais.
Investir em você sempre vale a pena.
Equilíbrio
Há pessoas que gastam muito mais do que ganham, entram em dívidas e veem seu dinheiro ir embora. Mais de 60% da população brasileira possui dívidas. Por outro lado, há aqueles que poupam compulsivamente, gastando o mínimo possível e abrindo mão de lazer e de qualquer coisa que não seja estritamente essencial.
Nenhum dos dois caminhos é saudável.
É necessário poupar e investir, mas isso precisa ser feito de forma sustentável: separando um percentual do salário e buscando aumentar as fontes de renda, não efetuar cortes e mais cortes de gastos.
Sugestão de leitura: 7 formas de fazer Renda Extra.
Chega uma hora que não há mais o que cortar e a pessoa começa a cortar o essencial. Não vale a pena. Esforços maiores de economia podem valer a pena para realizar um sonho de curto prazo ou para pagar dívidas. No longo prazo, grandes privações não se sustentam.
Sugestão de leitura: Economias burras.
Por outro lado, gastar tudo como se não houvesse amanhã é extremamente imprudente: é necessário ter reservas para emergências, construir patrimônio e pensar no futuro. A chave, como você já percebeu, é o equilíbrio.
Se você está poupando e investindo corretamente, não há problema em se permitir luxos de vez em quando. O problema é consumo desenfreado sem condições, gerando pouca capacidade de poupança e dívidas.
Equilibre suas finanças, destine um percentual para investimentos, outro percentual para lazer e seja feliz. No processo, procure investir em conhecimento para ganhar mais, ter mais lazer e investir mais.
O caminho do equilíbrio sempre será o mais saudável.