Quem nunca ouviu a frase “investir é pra poucos” que atire a primeira pedra. É uma das crenças limitantes mais divulgadas, que felizmente vem sendo um pouco mais rebatida nos últimos tempos, com a internet e a velocidade em que as informações se espalham.
Neste artigo, vamos quebrar essa crença limitante, caso você ainda guarde alguns resquícios dela.
A crença
Há uma crença que diz que investir é pra quem tem muito dinheiro. O padrão social brasileiro tem sido muito mais voltado à escassez do que à abundância. E isso não é sem motivo: desigualdades sociais, pobreza extrema e fome fazem parte do dia a dia de muitos brasileiros. Desse modo, a crença de que investir é pra quem tem muito dinheiro ganhou força.
Afinal, se muitos lutam diariamente pelo pão, como pensar em investir? A sobrevivência é prioridade e pensar modos de rentabilizar o dinheiro é um luxo. Assim, considerando o cenário, parece quase natural pensar que investir é para poucos.
Investir é pra poucos?
É muito comum que o ser humano tenha medo do desconhecido. O medo sempre foi um componente essencial da nossa sobrevivência enquanto espécie e muitas vezes trazemos este sentimento à tona como forma de autopreservação e proteção. O problema é quando o medo nos impede de tentar coisas novas.
A frase “investir é pra poucos” normalmente sai da boca de pessoas:
- com poucos recursos financeiros;
- que desconhecem o mundo dos investimentos;
- uma combinação dos dois acima.
A ignorância é propulsora da ideia de que investir é só pra quem tem grana. Assim, se eu não conheço sobre investimentos e vejo gente rica falando que investe, logo chego à conclusão: investir é só pra rico. Conclusão totalmente incorreta.
Muitos milionários investem porque sabem o poder que os investimentos possuem. Investir só ajuda no acúmulo de patrimônio. Dessa forma, investir com pouco ajudará o seu patrimônio se multiplicar no longo prazo. O problema não é que investir é pra poucos. O problema é que poucos investem.
Dívidas
O Brasil ainda é um país cheio de endividados: mais de 60% da população. Isso significa que, em média, de cada três brasileiros, dois possuem dívidas. E muitas vezes este não é o crédito tomado de forma consciente, mas sim um endividamento crônico e destrutivo para o patrimônio pessoal.
Sugestão de leitura: dívidas.
Por outro lado, o número de investidores pessoa física vem aumentando, porém ainda é muito baixo: algo entre 1 e 2% dos brasileiros. Em países desenvolvidos, o número de investidores é muito superior e o crédito é tomado de forma mais consciente.
Com um crédito tomado de forma consciente, mesmo as dívidas, em países desenvolvidos, sai muito mais barata, quando comparado ao Brasil. Dessa forma, temos uma bola de neve, para o bem ou para o mal.
Descontrole financeiro
O descontrole financeiro é aquele limite de conta que estoura, o cartão de crédito que sai do controle e outras situações nesse sentido. A aquisição de bens sem recursos pode ser exemplificada pelo financiamento de carro ou de imóvel.
Ambas as situações poderiam ser diferentes com uma mentalidade diferente. E é aí que vêm o controle das finanças e o ato de investir. Montar um orçamento que permita aproveitar o seu dinheiro, fazer economias inteligentes, investir, tudo isso é, sim possível.
Investir é pra todos
Sabia que é possível investir com menos de dez reais? Com menos de dez reais você faz uma aplicação na velha conhecida poupança, o que provavelmente você já sabe. O que algumas pessoas não sabem, entretanto, é que com menos de dez reais também é possível comprar uma ação na bolsa de valores.
Sugestão de leitura: O que são ações?
Não importa os recursos que você possua, o salário que você ganhe: se você não souber cuidar do seu dinheiro, fazer dívidas e não investir, sua vida será muito mais difícil no aspecto financeiro. E atribulações financeiras acabam refletindo negativamente em todo o resto, inclusive na saúde.
Por outro lado, uma vida financeiramente tranquila interfere positivamente em todo o restante.
Investir é pra poucos? Longe disso. Quando começamos a ganhar dinheiro, vale a pena investir em formação e conhecimento para ganhar mais. Afinal, investir ganhando um salário mínimo não vale a pena: melhor investir em você, de forma a aumentar o seu salário e poder investir mais e melhor.
Uma vez que você já tenha um salário um pouco melhor, investir é democrático e acessível, e para isso eu trago alguns exemplos.
Exemplos
Para começar a investir, é essencial abrir conta em uma corretora de valores. Você não paga nada pra abrir ou pra manter essa conta. O custo é zero e você terá acesso a todos os investimentos necessários para começar a montar a sua carteira. Não sabe o que é uma corretora? Então primeiro leia o artigo a seguir.
Sugestão de leitura: o que é uma corretora de valores?
Com conta na corretora, você tem acesso a investimentos. Assim, trago aqui o preço de alguns deles na data em que escrevo este artigo:
- Tesouro Préfixado (tesouro direto): cerca de R$ 30
- Tesouro IPCA + (tesouro direto): cerca de R$ 40
- Tes. Selic (tesouro direto): pouco mais de R$ 100
- Ações da Grendene (renda variável): cerca de R$ 7
- Ações do Bradesco (renda variável): cerca de R$ 20
- CDB’s com liquidez diária (renda fixa): a partir de R$ 100
- Poupança e contas remuneradas (renda fixa): a partir de qualquer valor
- Fundo de Investimento imobiliário MXRF11 (renda variável): cerca de R$ 10
- Fundo de Investimento imobiliário KNRI11 (renda variável): cerca de R$ 150
- Fundos de investimento diversificados: cotas a partir de R$ 100
Veja a lista acima. Importante salientar: não é indicação de compra ou de venda de ativos. A lista é um mero exemplo com foco em preços, sem analisar a qualidade dos ativos, ok? Mas preste atenção nos preços: trouxe mais de dez exemplos de investimentos diferentes, sendo que nenhum ultrapassa 200 reais de investimento. E mais: há coisas na faixa de 10, 20 reais.
Repito: investir é pra poucos?
Discordo, o ato de investir é acessível a muitos: basta ver que os preços de vários investimentos não são uma barreira. Assim, mesmo com pouco dinheiro é possível investir de forma diversificada.
Agora, pra investir é necessário conhecimento e é isso que tentamos construir aqui no site: conhecimento para você organizar suas finanças, investir mais e melhor, e ter tranquilidade financeira.
Por que investir?
Alguns bons motivos:
- é simples;
- preserva o valor do dinheiro ao longo do tempo;
- ajuda na construção do seu patrimônio;
- facilita a aquisição de um carro ou de uma casa;
- permite lidar melhor com imprevistos financeiros;
- mais recursos para ajudar outras pessoas;
- construção da sua aposentadoria, sem depender do Governo;
- proporciona uma vida mais tranquila.
Bastaria o último motivo para o ato de investir valer a pena.
Entretanto, mesmo com tantos bons motivos, poucas pessoas investem. Investir é para poucos? Não, não é. Basta ter o conhecimento necessário e é bem mais simples do que parece.
Assim, nossa contribuição aqui é bem simples: aqui você encontrará uma série de artigos para entrar no mundo dos investimentos, de forma simples e tranquila. Desse modo, trazemos vários conceitos na sua essência, de modo prático.
Educação financeira, mentalidade, renda fixa e renda variável: vários assuntos, cada deles um pequeno tijolo dentro de uma vida financeiramente saudável.
Aproveite a leitura e bons investimentos!