Você sabe como funciona o endividamento das empresas? Sabemos que as dívidas devem ser evitadas, em virtude dos juros cobrados.
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Para as empresas, entretanto, a lógica é um pouco diferente.
Endividamento das empresas
Para as empresas, pode ser vantajoso tomar dívidas. Isso porque elas podem entrar como despesa dedutível no imposto de renda, algo que não ocorre para nós, como pessoas físicas.
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Além disso, é uma estratégia comum as empresas utilizarem o capital de terceiros para viabilizar suas operações e isso muitas vezes é, sim, vantajoso. Assim, o endividamento é algo natural e eventualmente saudável para as empresas, diferente do que acontece para mim e para você: para nós, dívidas tendem a não ser um bom negócio.
Análise de empresas
O endividamento das empresas nos interessa bastante quando vamos analisar uma ação.
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Isso porque procuramos bons negócios, dos quais possamos nos tornar acionistas/sócios. Assim, a ideia é comprar empresas sólidas, saudáveis e que se mantenham assim no longo prazo. Embora o endividamento das empresas seja algo natural, em excesso ele pode ser prejudicial.
E é aqui que devemos ficar atentos.
Endividamento ok… mas sem exageros
O endividamento excessivo pode ser tão prejudicial às empresas quanto seria à mera pessoa física. Usar o capital de terceiros para expandir as atividades pode ser interessante, mas um endividamento altíssimo, por outro lado, pode ser sinal de que a empresa vem mal das pernas.
Um bom parâmetro é olhar para o EBITDA, o lucro operacional da empresa.
Sugestão de leitura:
Quantos anos são necessários para a empresa pagar toda sua dívida com o seu EBITDA? Uma dívida de uma ou duas vezes o EBITDA costuma ser bem ok e estar sob controle. Se você tem uma dívida de seis vezes o lucro operacional, por outro lado, já pode ser algo mais preocupante.
Elétricas
É claro que há exceções. Empresas de energia elétrica, por exemplo, costumam ter um endividamento muito alto. Isso porque elas precisam investir muito em infraestrutura, por um lado, e contam com receitas bem previsíveis, por outro. Os contratos de concessão costumam ser muito longos, de modo que as elétricas conseguem ter alta previsibilidade de receitas.
No caso delas, é parte da atividade um endividamento alto. O investidor que escolher investir em ações de empresas deste ramo precisa estar confortável com dívidas eventualmente altas.
Dívida alta vs Sem dívida
Assim, um alto endividamento acende o alerta: cabe pesquisar melhor aquela empresa pra ver o motivo dessa dívida. Às vezes a empresa está fazendo aquisições, comprando outras empresas; às vezes, a empresa realmente está em apuros.
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Por outro lado, existem empresas mais conservadoras, que preferem não se endividar. Entretanto, “não se endividar”, no ramo empresarial, é um pouco diferente do que estamos acostumados a entender.
Assim, considera-se que a empresa não tem dívidas quando o dinheiro em caixa é superior ao valor do seu endividamento. Desse modo, se a empresa tem 1000 em caixa e 500 em dívidas, costuma-se dizer que ela não tem dívida. Isso porque, com o dinheiro em caixa, ela tem condições de quitar seu endividamento a qualquer momento.
Bacana né?
Como analisar
Em ações, você nunca olha para um único indicador, mas sim para um conjunto. Assim, o endividamento entra como mais um parâmetro para olhar, junto com consistência dos lucros, tag along, etc.
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Aos poucos vamos trazendo novos elementos, que vão se juntando e ajudando nos seus estudos. Entretanto, não se prenda ao excesso de análise: comece a investir com pouco, vá estudando e evoluindo.
O ideal é ter um pouco de conhecimento que permita descartar empresas ruins e focar em empresas melhores. Entretanto, não se prenda a cada mínimo detalhe, pois isso pode travar o seu processo de investimento, ok?
E você, já sabia como funcionava o endividamento das empresas? Deixa aqui nos comentários!